Tudo que está fora de nós, por exemplo, a economia mundial, o clima predominante em nosso ambiente profissional, familiar e social e tudo o mais que acontece ao nosso redor pode influenciar nossas questões mais íntimas. E claro, o que acontece dentro de nós, emoções, medos, expectativas e idéias também nos influencia o tempo todo.
Existem duas manifestações básicas neste planeta vivo. Uma delas é a MUDANÇA e a outra a ESTABILIDADE. Tanto mudança quanto estabilidade são importantes em nossa trajetória de evolução, seja pessoal ou profissional.Mas o que precisamos perceber com muita lucidez é o momento certo de manter uma condição (ESTABILIDADE) e o momento certo de provocar alterações (MUDANÇA).
ESTABILIDADE significa um estado de constância ou homeostase, manutenção do equilíbrio, seja ele um equilíbrio sadio ou patológico (às vezes podemos manter uma situação não sadia em equilíbrio).
Já a manifestação da MUDANÇA conduz à perda da estabilidade ou equilíbrio. É um desvio da tendência pré-existente. Pode ser bastante incômodo num primeiro momento.
Há pessoas, e você deve conhecer alguma, que procuram manter-se sempre em ESTABILIDADE. Todo o movimento dessas pessoas as leva à manutenção de uma mesma condição já adquirida. Muitas vezes precisamos preservar de forma estável aquilo que já alcançamos. É seguro manter em equilíbrio muitas situações em nossas vidas. Principalmente se são pilares para nossa sustentação.
Mas, viver o desequilíbrio da MUDANÇA, um estado que nos tira o chão ou nos ameaça por algum tempo, pode descortinar surpresas muito interessantes. Pessoas que se lançam ao novo ou desconhecido, abrindo mão da estabilidade temporariamente podem alavancar novas idéias e acelerar sua maturidade.
Não há como pensar em caminhar sem por um momento mover um pé à frente, ficando frações de segundos em desequilíbrio, com o pé no ar. Essa é a situação a que podemos chamar de Estado Transiente.
Viver o estado transiente é uma opção típica das pessoas neófilas, ou seja, receptivas ao novo. Pode ser uma condição vivida dentro de um processo terapêutico e patrocinada pelo próprio paciente.
Quando se consegue experimentar o Estado Transiente dentro de um processo psicoterapêutico há mais chance de mudanças qualitativas e profundas. O trabalho nesse caso é conjunto e mesmo que haja alguma dor psíquica, há o continente e o suporte do psicoterapeuta. Doer sozinho é sentir em dobro.
A psicoterapia nos ajuda a ESCOLHER o que deve ficar ESTÁVEL e o que deve manter-se em MUDANÇA em nossa vida. E nos instrumentaliza para gerenciar áreas de estabilidade simultâneas a grandes mudanças. Estamos continuamente em obras.
por Christina QueirozConsultora, Coach e Psicóloga Clínica especializada pela FGV em Administração de Recursos Humanos; Certificação Internacional em COACHING pela ICC- International Coaching Comunity; Especialização em Abordagem Humanistica Centrada na Pessoa; Análise de Caráter Reichiana.